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Visita à Reserva Agroextrativista do Cajari promove intercâmbio de conhecimentos entre pesquisadores e extrativistas
- Redação
- abril 3, 2025
- 10:04 pm
No dia 22 de março de 2025, o Centro de Estudos sobre Sustentabilidade, Populações Tradicionais e Educação na Amazônia, com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento da Amazônia Sustentável (PPGDAS) da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), realizou uma visita técnica à Reserva Extrativista (RESEX) do Cajari. A atividade teve como objetivo compreender a dinâmica produtiva da comunidade de Água Branca do Cajari, com ênfase na cadeia de valor da castanha-do-pará (Bertholletia excelsa), além de dialogar com os extrativistas sobre os desafios enfrentados na região. Estiveram presentes na visita com os extrativistas a professora Doutora Ana Karolina Lima Pedrada do IFAP, o professor Doutor LAURENT François da Le Mans Université França e o aluno de Iniciação Científica Héliton Marques de Sousa, da UNIFAP.

Durante a visita, os pesquisadores acompanharam in loco as etapas do processo extrativista, desde a coleta dos ouriços nos castanhais até o transporte das castanhas para a comunidade, onde são preparadas para comercialização. A atividade permitiu uma aproximação com as estratégias de manejo utilizadas pelas famílias, que somam aproximadamente 300 unidades domiciliares na RESEX.

Apesar da importância da castanha-do-pará como fonte de renda, os extrativistas relatam dificuldades na comercialização, recebendo valores reduzidos pelo produto. Para complementar sua subsistência, muitas famílias desenvolvem atividades como horticultura, implantação de quintais agroflorestais e produção de gramíneas.
Outro ponto destacado na visita foi a produção artesanal de biscoitos de castanha-do-pará, iniciativa conduzida por mulheres da comunidade. A atividade é organizada pela Cooperativa Mista dos Extrativistas Agropecuários do Cajari (COMEPAC), que busca agregar valor ao produto e fortalecer a autonomia econômica das produtoras locais. A receita dos biscoitos, transmitida ao longo de gerações, representa um patrimônio cultural da comunidade e desempenha um papel fundamental na geração de renda para as mulheres.
Os extrativistas também relataram preocupações com a redução na produção da castanha-do-pará, fenômeno atribuído a uma praga ainda pouco compreendida que vem afetando os castanhais da região. Diante desse cenário, o Centro de Estudos se comprometeu a contribuir com ações que fortaleçam a cadeia produtiva da castanha, tanto no aprimoramento dos processos de coleta quanto no apoio à produção local.

A visita reforça o compromisso do PPGDAS/UNIFAP com o desenvolvimento sustentável na Amazônia, promovendo a articulação entre a pesquisa acadêmica e os saberes tradicionais das comunidades extrativistas.
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